Contar com calma o que há.
O que há não é só calma.
Há uma faísca de vida que passa por aqui.

Uma partícula de luz e sombra,
um sopro agudo suspenso em oscilantes variações.

Tácito e tátil.
O grito é sem sufoco.

(dezembro de 2012)

devaneio não-casual

Hoje quero escrever uns versos.
Não sobre quem eu amei, ou o quanto eu sofri.
Mas sobre o agora, sobre o futuro.

A vida é avassaladora,
ainda que efêmera.

Eu quero a celebração de cada momento.

Quem escreve agora já não mais se esconderá entre as sombras.
Buscarei a luz, a beleza, a vida, a celebração.

(outubro de 2015)